sexta-feira, 18 de julho de 2008

DR. ROBERVAL responde

Gente, é com muita satisfação que escrevo, pela primeira vez, aqui no Por Assim Dizer. Meu trabalho, de hoje em diante, será interagir com vocês, respondendo a dúvidas e inquietações concernentes à vida sexual moderna. Já a partir de amanhã estarei recebendo as suas mensagens: mandem-nas para dr.roberval@porassimdizer.com.br. Para começar, então - já que ainda não pude ouvir vocês -, acho que seria instrutivo reproduzir, à título de ilustração, as questões que me foram colocadas pelo editor deste veículo, meu amigo Diogo Cabral.

À caminho aqui da redação, Diogo estava visivelmente apreensivo, roendo as unhas, tremendo e exercitando um tique nervoso absolutamente amedrontador, qual seja, o de bater na cabeça tal como o personagem de Maurício Mattar na novela A Viagem (aquele pobre que sofria do ataque de um encosto). Vi, então, que era a hora de agir. Talvez imprudentemente - posto que nesses casos de interveniência de espíritos atormentados o melhor a fazer, geralmente, é procurar a ajuda de médiuns capacitados -, arrisquei-me a lhe perguntar o motivo da auto-flagelação impetrada a si próprio. Para minha total alegria e regozijo, Diogo contou-me que quase havia se afogado na banheira, no dia anterior, e que penava por conta da água acidentalmente armazenada em seus ouvidos. Logo em seguida, contudo, percebi que aquilo não era tudo: o mancebo puxou-me pelo braço, olhou furtivamente para os lados e, quando tive a sensação que iria me tascar um beijo na boca, murmurou: "Dr., preciso da sua ajuda". A essa altura, realizei que ele tinha um problema sexual.

Disse-lhe que podia ficar à vontade, que todo mundo tem esse tipo de problema e que eu estava ali para ouvi-lo e orientá-lo. Qual não foi minha decepção quando Diogo teve a pior reação que alguém pode ter quando confrontado com sua realidade problemática: negá-la (possuía meu amigo na mais profunda consideração de pessoa resolvida e resoluta, desvencilhado dos recalques impostos pela ordem social do alto capitalismo corporativista). Seguindo à risca o manual dos terapeutas sexuais anarco-freudianos, apliquei o velho truque do "problema de um amigo". Indaguei, por conseguinte, se o problema era de uma pessoa próxima. Mas as amarras psíquicas eram fortes demais e ele continuou negando veementemente; veio, ainda, com uma conversa de que queria me convidar para escrever num tablóide on-line que havia criado.

Pela sem-pé-nem-cabecice da estória, percebi que seu problema sexual era, realmente, devastador e que eu precisava usar métodos radicais. Resolvi colocar as cartas na mesa e lhe perguntei quanto tempo havia que ele sodomizava quadrúpedes drogados. Sua reação foi totalmente lacaniana (explica-se: quando o paciente exibe sinais corpóreo-gestuais de indignação e absoluta surpresa, o fato é que a inferência do terapeuta foi na mosca). Procurei acalmá-lo explicando-lhe que esse tipo de distúrbio é muito comum, já tendo sido registrado em diversos casos clínicos na Guerra do Vietnã. Adicionei, ainda, que eu mesmo já tinha sido vítima do terrível mal (conhecido como "Síndrome do Punheteiro Com a Mão Doída") e descrevi como costumava dopar meu doberman com chá de coca nos idos da década de 70.

Nada disso, contudo, surtiu efeito. Diogo continuou a sustentar a versão absurda e ridícula de que me queria como colunista de um tal "Por Assim Dizer", respondendo a perguntas e prestando orientação sexual. Achei por bem, pois, entrar na sua fantasia, na esperança de que, com o tempo, possa vir a curá-lo de sua doença. Intermeando com o diálogo com vocês, leitores, eu irei reportar sobre esse trágico caso.

Até a próxima.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

KELLY XIBOQUINHA

Fala, galera! Kelly Xiboca na área! Se derrubar, é suruba!

Leques, a parada é a seguinte: Dizinho Cabral, meu eterno peguete virgem, me chamou pra botar todos vocês no pancadão da night. Como estava lhe devendo um favor (desde que prometi uma sacanagem a três e levei o Walter, meu professor de krav-magá), não pude dizer não. Entonces, a hora é essa!

A boa dessa sexta, sem dúvida, é a chopada de Zootecnia da Veiga de Almeida. Vai bombar! Comprei meu ingresso em dezembro do ano passado, pagando meia. Na época, estavam fazendo um lance de "Natal sem fome" e você podia levar um rango. No dia, contudo, esqueci de passar na despensa lá de casa e tive de negociar meu desconto com um trabalho de explosão. Caído foi que o pessoal beneficiado pela ONG "Renas pra que vos quero?" não aguentou tamanha perícia bucal e fui eu que acabei levando leite para casa. É galera, quem tem fome tem pressa!

Mas então! Tenho muitos amigos na Zoo e eles me asseguraram que vai ter muita gente bonita e sarada. Neguinho liso - como meu amigo Dizinho - não terá do que reclamar: para dar um "empurrãozinho" na manezada, foram contratadas 20 princesas da Lapa, todas devidamente operadas. Nas picapes, muito country-tecno-dance, enquanto, no telão, rolam tapes do Globo Rural pra deixar todo mundo louco! Para a galera que se amarra numa chapação ecológica, a organização do evento vai sortear baseados orgânicos.

Para o sábado, a pedida maneira é dar um chegada no sítio do Bruno, goleiro do Flamengo. Ele já avisou à mulher dele que vai precisar levar a avó na musculação. Marcinho - que já conheceu uma mina do baixo meretrício de Abu Dhabi (capital dos Emirados Árabes) pelo orkut - prontificou-se a organizar um torneiozinho de vale-tudo para quem brochar. Os ingressos podem ser adquiridos no Engenhão e quem comprar dois leva, de brinde, um pedido médico de exame de HIV.

Finalmente, no domingo, sugiro aderir à campanha do governo federal "Fique bêbado em casa". Reúna toda a família, tire o pó daquela vodka vagabunda que a faxineira usa para limpar o chão e faça a festa no conforto do seu lar, galerinha! E não esqueçam de deixar a TV ligada, pois o "Domingo Maior" apresenta o piloto de Alf, o Eteimoso.

Adorooooo!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

COMENTÁRIO - Astrologia

Ainda não... blá blá blá. (Arnoldo!)

COMENTÁRIO - Alta Sociedade

Ainda não foi contratado um colunista (Arnoldo disponibilizou-se).

COMENTÁRIO - Economia (Brasil)

Ainda não foi contratado um colunista (Arnoldo disponibilizou-se).

COMENTÁRIO - Política Internacional

Ainda não foi contratado um colunista. (Arnoldo disponibilizou-se).

quarta-feira, 9 de julho de 2008

ARNOLDO, o garganta

Inicio minha coluna no "Por Assim Dizer" alertando aos leitores que em hipótese alguma acostumem-se a ver meus geniais fraseamentos por aqui. O caso é que meus compromissos no Massachusetts Institute of Technology - onde dirijo o Laboratório de Inteligência Artificial e Astrofísica do Comportamento Sexual - não permitem que eu atenda plenamente o pedido de meu velho "chapa" Diogo Cabral (seu desejo era de que eu assumisse a total coordenação deste tablóide on line, já que, em suas próprias palavras, eu sou "a pena mais talentosa desde Kafka", além de ser dono de mente gerencial mais competente que a de Henri Ford em pessoa). Não que eu dê muito crédito ao que Mr. Cabral fala - o pobre nunca foi lá muito bom da cuca - mas esses elogios apenas fazem ressonância à opinião que corre pelos corredores da Universidade de Oxford, bem como entre o cast de Law & Order - Special Victims Unit.

Embora eu saiba que minha trajetória e currículo sejam por demais conhecidos do público brasileiro - mesmo o mais miserável e imbecilizado -, acredito que uma breve exposição de minha epopéia vencedora seja, no mínimo, algo no que o mongolóide médio possa inspirar-se. Para que o tiro não saia pela culátra e minha investida funcione no sentido contrário - isto é, suscite, com toda a justiça, um sentimento de insignificância no populacho -, ater-me-ei apenas aos capítulos mais recentes.

Descartado do prêmio Nobel do ano passado por simples questão etária - os laureados devem possuir passagem pela ala geriátrica -, fui contemplado no início deste ano com o "MTV Big Head Award". Na cerimônia de entrega, convidado na última hora pela produção para dar uma canja ao lado das Pussy Cat Dolls, fui obrigado a mostrar porque fui sete vezes considerado melhor cantor de videokê do meu prédio. O cansaço pela viagem (tinha chegado apenas algumas horas antes de Lisboa, onde colaborava com a polícia local no caso Madeleine) não me impediu de bailar sensualmente com as afro-descendentes siliconadas. Duas delas (não lembro bem quantas eram pois minha visão encontrava-se afetada por dois copos de coquetel de frutas sem álcool que sorvi languidamente, no palco) ficaram a me apalpar sem descanso, enquanto cochichavam de modo espevitado em um dialeto de gueto que elas, ingenuamente, presumiram que eu não conhecesse (numa de minhas dissertações de Ph.D, discorri sobre a sócio-linguística comparativa de tribos do continente negro e do Harlem).

Em minha consultoria para o Comitê Para-Olímpico Internacional, desenvolvi um método revolucionário de teste anti-dopping masculino (e trans-sexual) baseado no exame do sêmem (um procedimento que podia, inclusive, ser utilizado no tratamento conjunto da infertilidade). Infelizmente, a politicagem mais um vez venceu e minha inovação foi barrada sob a alegação espúria de que os atletas manetas não poderiam produzir, sozinhos, e em tempo hábil, a matéria-prima do exame. (Ora bolas, os fiscais de prova estão aí para isso!).

Tudo isso foi relembrado no último "Domingão do Fustão", quando Fausto Silva me pegou de surpresa no "Arquivo Confidencial". Fui ao programa do fofusco humorista pensando ser um concorrente do "Se vira nos 30" (havia preparado um número em que eu recitava todo Os Lusíadas enquanto comia duas bandejas de camarão ao alho e óleo que havia especialmente comprado na praia de Copacabana na manhã daquele dia) mas, para minha surpresa, quando já estava no palco, pronto para vomitar o primeiro crustáceo, eis que aparece no telão a imagem de uns de meus vizinhos vítimas de meus roubos de jornal. Fausto trouxe um balde para eu pudesse continuar despejando meus detritos estomacais quando a segunda pessoa começou a falar: era a própria Xuxa me acusando de ser pai de sua pimpolha-feita-in-vitro Sacha. Logo após a Rainha dos Baixinhos, Dona Ruth tomou a palavra. Ela falava sobre o papel crucial que exerci ao longo do governo FHC quando teve um ataque de narcolepsia perene.